Reforma ou revolução
Leitura do Prefácio e dos capítulos: 1. O Método Oportunista; 2. A Adaptação do Capitalismo; 3. A Realização do Socialismo pelas Reformas Sociais
Leitura do Prefácio e dos capítulos: 1. O Método Oportunista; 2. A Adaptação do Capitalismo; 3. A Realização do Socialismo pelas Reformas Sociais
Temas discutidos em 14/08/14:
- As
oscilações do sufrágio universal na Alemanha, os ataques ao sindicalismo
na Inglaterra e a estagnação das reformas sociais demonstraram que o
capitalismo não poderia oferecer à classe trabalhadora um progresso linear
e ininterrupto. Muito ao contrário, os retrocessos demonstrados por Rosa
Luxemburgo apontam a fragilidade da perspectiva reformista e a vitalidade
do projeto revolucionário.
- O
socialismo científico contrasta com a mera repulsa moral ao capitalismo,
figurando, em Rosa Luxemburgo, como uma necessidade histórica e objetiva
decorrente de três fatores internos ao modo de produção capitalista: i) a
anarquia da produção e sua tendência a conduzir o sistema a uma crise
final; ii) a socialização da produção; iii) a crescente organização e
formação de uma consciência de classe por parte dos trabalhadores.
- No
entanto, o grupo problematizou esses fatores. Sobre a “crise final”, foi
colocado que, em parte, Bernstein acertou ao conceber a adaptação do capitalismo
em face de suas dificuldades. Todavia, ele errou ao imaginar que a
integração dos trabalhadores ao sistema capitalista pudesse ser
bem-sucedida. Além disso, a crítica de Rosa Luxemburgo ao crédito é
plenamente atual, pois por ela se vê que os mecanismos financeiros não
suprimem as contradições do modo de produção; elas as elevam a patamares
superiores. Isto, porém, não necessariamente desemboca num desmoronamento,
mas é fator de crises reiteradas e agravamento na luta de classes.
- Sobre o
socialismo como uma necessidade histórica e objetiva, e não como mero
produto da vontade, o grupo discutiu as premissas e as implicações desta
perspectiva. Colocou-se na discussão que a cientificidade do socialismo,
de um lado, está mais na posição “privilegiada” da classe trabalhadora na
estrutura social – no sentido de lhe facultar uma visão mais ampla sobre a
sociedade – do que numa suposta inevitabilidade do fim do capitalismo. Em
adendo, a própria existência do antagonista objetivamente interessado na
superação do sistema faz do projeto socialista algo com bases objetivas.
- Também
foi colocado que o contexto de Rosa Luxemburgo não permitiu que ela
vislumbrasse os modernos “meios de adaptação” do capitalismo – embora se
tenha levantado que as ideias do texto poderiam ter sido melhor
desenvolvidas à luz da teoria do valor (a qual não foi de todo explorada
naquela obra especificamente). No entanto, o cerne da polêmica era
desmentir as ditas tendências democráticas do capitalismo, sobretudo no
tocante ao chamado “controle social”.
- A visão
“catastrofista” de Rosa Luxemburgo contrasta com o catastrofismo atual,
pois na primeira havia mais destaque para a ação política. Curiosamente, a
posição de Bernstein, completamente anticatastrofista, não o levou a
defender a revolução, mas justamente o contrário.